Casa de Cultura

A Casa de Cultura Mario Quintana é uma instituição ligada à Secretaria de Estado da Cultura / Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

CAMINHO DA CULTURA

Uma cidade tem uma rua que sai da praia mansa de um lago. Nessa Rua da Praia sempre existiu um tenro fogo cultural, desde que os ventos dos idos tempos avivavam sua chama, pela Rua dos Cataventos, até a história do poeta Mário Quintana.

Na geografia, desde a Usina do Gasômetro a orla do Guaíba respira arte. Os ventos culturais ainda sopram do morro, assolados e ensolarados pela brisa dos eventos do Solar dos Câmara, de onde, não fosse um ou outro novo prédio chic, avistaríamos o velho Hotel Majestic.

O tempo cultural é sempre bom, garantido por São Pedro, que até emprestou seu nome para o Theatro quase ao lado do Solar, aproximando mais as artes morro acima, e as rolando morro abaixo. Ao pé desse sobe e desce, a Casa de Cultura sorri e agradece.

Caminhando do centro para a praia, pela mesma Rua da Praia, a rota dos artistas passa por mais pousadas, como o Memorial e o Santander Cultural, ainda jovens na sua essência, habitando velhos prédios novos de fachada, como os da Casa de Cultura, agora de roupa nova e lavada.

Casa de Cultura Mario Quintana
Rua dos Andradas, 736 - Centro
CEP 90020-004 /
Porto Alegre (RS)

(51) 3221-7147 / 3221-7083

 

| Hotel Majestic | Espaços da Casa |

 

RETORNO À CASA: UM EXERCÍCIO DE CORAGEM, DE DESAFIO E DE AMOR

Um depoimento apaixonado do novo diretor da Casa de Cultura Mario Quintana, Sergio Napp, ao retornar para o centro cultural.

Retornar é um exercício de coragem. Porque os tempos são outros, as condições modificaram-se e as expectativas, imensas. Como se nossas mãos tivessem o dom de transformar a noite em dia, o pesadelo em estrelas, a pedra bruta em delicada escultura. E, no entanto, somos humanos, limitados, e apenas.

A fome, em sua forma literal, é matéria do cotidiano, está em todos os jornais e noticiários. Da fome meteórica, dessa sensação de incrível prazer que nos assalta ao abrirmos um livro; ao entrarmos em um teatro no momento em que o ator inicia sua fala; quando a sala escurece e as primeiras imagens se projetam na tela; no momento em que os músicos afinam seus instrumentos e a voz, amorável e preciosa, arranha as primeiras notas, dessa fome de cultura que todos temos, é que tratamos. Fome que faz parte do nosso cotidiano. E aplacá-la significa desenvolver a área cultural, gerar renda e criar empregos diretos e indiretos. O que reforça a compreensão de que o investimento público e privado em cultura não é gasto, mas ganho em qualidade de vida da população em avanço em termos de desenvolvimento.

Retornar é um ato de desafio. E disso todos entendemos. Fazer cultura sempre foi um desafio. E nesses tempos, mais ainda.

Infelizmente não se descobriu a imensa potencialidade existente na área da cultura. Mas ousamos afirmar: ou se investe em cultura e se desenvolve o país/estado ou corremos o risco de perdermos nossa identidade.

A única coisa que pode nos salvar é a cultura, e tudo que existe para aplacá-la deve ser combatido até a morte, brada Ernesto Sábato.

E acrescente-se: um povo que não está acostumado a ousar é incapaz de propor soluções para seus problemas. A arte e a cultura criam a utopia possível, possibilitam o sonho e alimentam a esperança.

Esta é a missão da Casa de Cultura Mario Quintana: ser um centro de conhecimentos e de informações; de descobrimentos e de sonhos; onde a chama da coragem transformadora gera o fogo da ousadia; onde a aspereza se transfigure em afetos; um centro democrático e de inclusão social. A Casa de Cultura deve ser, isto sim, a face humana que gera o desenvolvimento.

Retornar é um ato de amor. Pelos que abriram caminhos ao nosso lado e hoje não dizem presente. Pelos que ficaram. Pelos que retornaram. Pelos que estão chegando cheios de fé.

E é com esse amor e com essa fé que a Marília, a Marli, o Celso, o Pighini e eu, e todos os funcionários, ao mesmo tempo em que agradecemos a confiança em nós depositada, assumimos o compromisso de fazer com que esta Casa cumpra o destino que um dia foi proposto: ser o coração cultural do Estado.

Sergio Napp
Diretor da Casa de Cultura Mario Quintana



voltar